29 de nov de 2024 às 14:22
A diocese de Petrópolis (RJ) terá cinco locais de peregrinação durante o Jubileu Ordinário do Ano Santo de 2025, que tem como tema “Peregrinos da Esperança”: a catedral são Pedro de Alcântara e o santuário diocesano Nossa Senhora do Amor Divino, em Petrópolis, a igreja de Santa Teresa, em Teresópolis (RJ), o santuário diocesano Bom Jesus de Matosinhos, em Paraíba do Sul (RJ), e o Poço Bento, em Magé (RJ), local onde, segundo a tradição, são José de Anchieta teria passado.
“O papa disse na bula do Jubileu que os lugares especiais nas dioceses são sempre as catedrais, mas que o bispo diocesano pode determinar outros”, disse o bispo dom Joel Portella Amado, hoje (29), durante um café da manhã com jornalistas, em Petrópolis. “Olhando nossa geografia, pensei em um local na Baixada [Fluminense], um santuário que já exista, um local na região de Teresópolis e outro na região mais ao norte, no final da nossa diocese”.
Entre os locais escolhidos para peregrinação dos fiéis durante o Jubileu, o que se diferencia é Poço Bento. Trata-se de uma atração natural, ao lado da qual há uma capela. Segundo a tradição local, são José de Anchieta teria passado por ali e orientado a construção do poço. Em 1565, Anchieta teria perfurado a terra, árida e seca, com o cajado e, a partir daí, teria brotado água cristalina.
O santuário Nossa Senhora do Amor Divino é um importante centro de devoção mariana diocesano e abriga a única imagem com coroação pontifícia do Estado do Rio de Janeiro, a de Nossa Senhora do Amor Divino, padroeira da diocese. Já o santuário Bom Jesus de Matosinhos é um templo cuja história remonta ao século XVIII e que anualmente atrai milhares de devotos de todo o país, que vão venerar a imagem de Jesus crucificado, pedir bênçãos e agradecer por graças alcançadas.
Segundo decreto publicado pelo bispo de Petrópolis, “os fiéis obterão a indulgência jubilar se, individualmente ou em grupo, visitarem um desses locais, participando das celebrações ali realizadas, bem como dedicando um tempo maior à Adoração Eucarística e à meditação da Palavra de Deus, concluindo com o Pai-Nosso, a profissão de fé, invocando Maria, Mãe de Deus, e rezando nas intenções do Santo Padre”.
“Eu vou fazer tudo isso, cumprir as indicações jubilares para que o meu coração se transforme. E o meu coração transformado, convertido, ele me leva a Deus. Há uma indulgência, há uma manifestação de misericórdia da parte de Deus e eu vou me transformando também”, disse dom Joel à ACI Digital, ressaltando a importância de “não viver tudo isso em âmbito egoísta, individualista, preocupado apenas consigo”.
Fé, esperança e caridade
A diocese de Petrópolis encerrou no último dia 15 de novembro o seu Ano Diocesano da Fé. Dom Joel recordou as três virtudes teologais: fé, esperança e caridade. “Não dá para ter esperança se a gente não tem fé, no sentido de olhar adiante, de perceber que existe algo e, no caso nosso, alguém que é o próprio Senhor, que está muito além de todos os problemas”, disse o bispo.
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Ele destacou que “a grande angústia que o papa Francisco sente é da pessoa que, mergulhada nos seus problemas, não consegue ver adiante”. Dom Joel recordou situações em que as pessoas podem viver dessa forma, como “no leito de um hospital”, ou “num desastre ambiental como foi aquela chuva em Petrópolis”, em 2022, que deixou mais de 200 mortos.
“Dessas virtudes, fé, esperança e caridade, eu diria: praticando o bem, ajudando as pessoas umas as outras, a gente tem esperança”, disse e acrescentou: “Então, fé que alimenta a esperança na prática da caridade”.
Para isso, além dos grandes eventos e celebrações do jubileu, o bispo destacou a importância de vivê-lo no dia a dia. “Vivendo o grande jubileu como uma grande transformação aonde ele quer chegar, no coração e na consciência. Coração e consciência transformados tornam você instrumento de esperança”, disse.
Cruz da Esperança
Durante o Jubileu 2025, uma cruz vai peregrinar pelas onze circunscrições eclesiásticas do Regional Leste 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que corresponde ao Estado do Rio de Janeiro. É a “Cruz da Esperança”, que passará pela diocese de Petrópolis em fevereiro de 2025.
A cruz tem o formato da Cruz de São Damião, o crucifixo diante do qual são Francisco de Assis ouviu Deus lhe dizer “Francisco, vai e reconstrói a minha Igreja”. Na Cruz da Esperança foram depositadas capsulas com alguns “sinais de desesperança” de cada uma das circunscrições eclesiásticas do regional. “De Petrópolis”, contou dom Joel, “foi a terra do desmoronamento do Morro da Oficina”, das chuvas de 2022.
O bispo disse que “o interessante é que a cruz é vazada, para que se possa olhar através de Cristo e ver a esperança”.
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