22 de dez de 2024 às 06:00
Na história da Igreja, duas santas chamadas Catarina têm em comum não apenas o mesmo nome, mas também um evento importante que marcou suas vidas durante a celebração do Natal, apesar do fato de terem vivido em épocas diferentes. Elas são santa Catarina de Sena e santa Catarina de Bolonha.
Segundo o escritor dominicano frei Alfredo Scarciglia, O.P., em artigo publicado no site da Província Romana de Santa Catarina de Sena, este santa leiga dominicana (1347-1380), defensora do papado e doutora da Igreja, teve o privilégio de segurar o menino Jesus nos braços “na noite de Natal de 1370”.
“A Santíssima Virgem Maria apareceu-lhe na sua cela e entregou o Menino Jesus em seus braços”, descreveu o frade. Este fato está gravado na pintura “Maternidade Mística de Santa Catarina”, do artista Alessandro Franchi e encontrada no oratório do quarto da casa-santuário da santa italiana.
Conta-se que no Natal de 1445 algo semelhante aconteceu com santa Catarina de Bolonha (1413-1463). No livro Vidas dos Santos, do padre Alban Butler, está registrado o que a santa disse com suas próprias palavras sobre a experiência mística do Natal que viveu.
Esta santa clarissa e mística disse que pediu permissão à sua superiora para passar toda a noite de Natal na igreja do mosteiro. Enquanto estava lá, ela rezou fervorosamente mil Ave-Marias. Quando chegou meia-noite, uma visão a surpreendeu.
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“A Virgem Santa apareceu trazendo nos braços o Menino Jesus coberto de panos”, lembrou. A Mãe de Deus aproximou-se dela e colocou o divino bebê em seus braços. A santa, cheia de alegria, acariciou-o com grande reverência, abraçou-o junto ao coração e deu-lhe um beijo no rosto.
Porém, quando santa Catarina de Bolonha tentou aproximar os lábios da boca do Divino Menino, “a visão desapareceu” e ela ficou “submersa numa alegria indescritível”.
O Diretório Franciscano dos santos diz que antes de morrer, o rosto de santa Catarina de Bolonha “tornou-se belo e sereno” e ela morreu depois de pronunciar três vezes o nome de Jesus. Seu corpo foi desenterrado duas vezes porque foram muitos os milagres que os fiéis obtiveram com sua intercessão. Diz-se que seus restos exalavam um perfume suave.
Por fim, o corpo da santa foi colocado numa urna de vidro, numa capela do santuário de Corpus Domini, em Bolonha. Ele continua lá até hoje.
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