22 de jan de 2025 às 16:06
O papa Francisco pediu que, quando pais se divorciam ou se separam, os filhos nunca se tornem “reféns” do pai ou da mãe; e que os presentes dados a essas crianças não sejam “chantagem” para tirar o amor dos outros.
“As comunidades cristãs devem saber acompanhar as famílias feridas para que as crianças nunca se tornem reféns do pai e da mãe”, escreveu o papa numa carta em resposta a um pai separado, na revista Plaza de San Pedro, revista editada pela basílica de São Pedro em italiano, inglês e espanhol, em que o papa responde perguntas de pessoas comuns.
“As crianças nunca deveriam ser mantidas reféns pelo pai ou pela mãe, mas devem ser amadas e protegidas. Mesmo ao dar presentes às crianças é preciso ter cuidado. Podem ser uma verdadeira chantagem para tirar o afeto do marido ou da mulher dos filhos”, disse Francisco.
O papa Francisco respondia Giorgio, que se separou da mulher quando sua filha tinha cinco anos, porque a mãe tinha uma relação com um grego e queria ir para a Grécia com ele e a garota.
Depois de um juiz impedir a menina de sair do país, Giorgio foi detido pela polícia por supostamente transportar cocaína no carro, situação que foi resolvida – segundo Giorgio – “por um milagre”, descobrindo a sua inocência. Por esse caso, Giorgio pegou oito dias de prisão, depois dos quais a sua ex-sogra e dois cúmplices foram condenados.
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Giorgio disse ao papa que decidiu responder não com “ódio e vingança”, mas com um esforço concreto para ajudar as famílias separadas.
Em sua resposta, Francisco disse que o testemunho de Giorgio encoraja a esperança num mundo marcado por guerras, e que esforços como o dele, unidos a Cristo, podem alcançar “esse milagre social”.
“Essa é a única maneira de parar e prevenir a violência nas famílias, como mostra a sua própria experiência”, disse o papa Francisco.
O papa disse concordar com a proposta de Giorgio de “leis cada vez mais adequadas para que os filhos de pais separados possam se reunir e crescer afetuosamente e amorosamente com todos os seus familiares”.
“São as crianças que nos pedem para fazer a paz e manter a paz nos nossos corações”, concluiu Francisco.
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