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26 de nov de 2024 às 16:00

O papa Francisco reconheceu um milagre atribuído à intercessão do beato Pier Giorgio Frassati ontem (25), abrindo caminho para sua canonização no Jubileu da Juventude em 2025.

Frassati, que morreu aos 24 anos em 1925, é hoje amado por muitos jovens católicos pelo seu testemunho de santidade que chega “às alturas”.

O jovem da cidade de Turim, no norte da Itália, era um alpinista ávido e dominicano da Ordem Terceira, conhecido por suas obras de caridade. Foi declarado beato por são João Paulo II em 1990.

A canonização de Frassati ocorrerá no Jubileu da Juventude em Roma em 3 de agosto de 2025.

O milagre

Em um decreto publicado ontem (25), o papa Francisco reconheceu a cura milagrosa de um seminarista da arquidiocese de Los Angeles, ordenado padre em junho de 2023.

Dom Robert Sarno, ex-integrante do dicastério para as Causas dos Santos da Santa Sé que serviu como delegado arquiepiscopal no processo diocesano em Los Angeles que examinou a cura, disse à CNA, agência em inglês da EWTN, que o seminarista teve uma lesão no tendão de Aquiles jogando basquete com outros seminaristas. Uma ressonância magnética mostrou danos significativos ao tendão de Aquiles e seu médico recomendou que ele consultasse um cirurgião ortopédico.

“Muito chateado com tudo isso, ele começou uma novena a Pier Giorgio Frassati em 1º de novembro”, disse Sarno.

No meio da novena, “ele estava na capela chorando durante sua novena e sentiu um calor tremendo no tornozelo”.

“E então, quando ele foi ao cirurgião ortopédico na semana seguinte, o cirurgião ortopédico, depois de ver a ressonância magnética e fazer exames físicos, disse a ele: ‘Você deve ter alguém no céu que gosta de você’”.

O seminarista voltou imediatamente a praticar o esporte que amava sem nenhuma dificuldade. A cura foi verificada por um inquérito diocesano e pelo exame do conselho médico do Dicastério para as Causas dos Santos, teólogos, cardeais e bispos.

Sarno disse que é apropriado que um jovem jogador de basquete tenha recebido a cura, já que Frassati era conhecido por seu amor ao esporte e às atividades ao ar livre.

“Às alturas” da santidade

Nascido num Sábado Santo, 6 de abril de 1901, Frassati era filho do fundador e diretor do jornal italiano La Stampa.

Aos 17 anos, entrou para a Sociedade São Vicente de Paulo e dedicou grande parte de seu tempo livre a cuidar dos pobres, dos desabrigados e dos doentes, bem como dos militares feridos que voltavam da Primeira Guerra Mundial.

Frassati também estava envolvido no Apostolado da Oração e na Ação Católica. Ele recebia a comunhão diária.

Em uma fotografia do que seria sua última escalada, Frassati escreveu a frase “Verso L’Alto”, que significa “às alturas”. Esta frase se tornou um lema para os católicos inspirados por Frassati a lutarem pelo cume da vida eterna com Cristo.

Frassati morreu de poliomielite em 4 de julho de 1925. Seus médicos mais tarde especularam que o jovem havia contraído poliomielite enquanto atendia os doentes.

João Paulo II, que beatificou Frassati em 1990, o chamou de “homem das oito bem-aventuranças”, descrevendo-o como “inteiramente imerso no mistério de Deus e totalmente dedicado ao serviço constante ao próximo”.

O papa Francisco elogiou Frassati por compartilhar o amor de Jesus com os pobres em um discurso em 24 de junho.

“Lembro-me do beato Pier Giorgio Frassati — que em breve será santo — que em Turim costumava ir às casas dos pobres para levar ajuda”, disse o papa.

“Pier Giorgio era de uma família rica de classe média alta, mas não cresceu ‘envolvido em algodão’, não se perdeu na ‘boa vida’, porque dentro dele havia a seiva vital do Espírito Santo, havia amor por Jesus e por seus irmãos”, acrescentou.

Outros futuros santos anunciados

Além de Frassati, o papa Francisco também reconheceu um milagre atribuído à beata Maria Troncatti (1883-1969), uma religiosa italiana da Congregação das Filhas de Maria Auxiliadora que serviu como missionária entre os povos indígenas no Equador.

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O papa também aprovou os martírios do servo de Deus vietnamita Francisco Xavier Tru’o’ng Bǚu Diệp (1897-1946) e do servo de Deus congolês Floribert Bwana Chui Bin Kositi (1981-2007), tornando possíveis suas beatificações.

O padre Francisco Xavier era um padre vietnamita que defendeu os direitos dos cidadãos locais contra os saques de gangues armadas no final da Segunda Guerra Mundial. Em 12 de março de 1946, ele foi feito prisioneiro por um grupo de milicianos junto com outros e trancado em um armazém de arroz, onde foi interrogado.

Poucos dias depois, seu corpo desfigurado foi encontrado em uma vala. Depois de sua morte, os cristãos começaram a visitar seu túmulo, pedindo sua intercessão e obtendo graças, segundo o Vatican News.

Floribert Bwana Chui Bin Kositi foi um leigo congolês, advogado e membro da Comunidade de Santo Egídio. Ele trabalhou como comissário de uma alfândega controlando o fornecimento de alimentos que entravam no país, uma função na qual se opôs a várias tentativas de atos de corrupção. Por isso, ele foi sequestrado, torturado e morto em julho de 2007. A Santa Sé reconheceu seu martírio em “odium fidei” porque a sua morte foi motivada pelo fato de que “ele era um homem de fé, animado por um forte senso de justiça e um amor concreto pelo próximo”.

No decreto, o papa Francisco autorizou a beatificação da venerável Joana da Cruz (1481-1534), abadessa do Convento de “Santa Maria della Croce” em Cubas de Madri, sem o milagre geralmente exigido por causa do reconhecimento do “culto” de longa data, ou devoção que se espalhou e continuou por séculos.

O papa também reconheceu a virtude heroica do bispo croata Josip Lang (1857-1924), conhecido por seu serviço aos pobres e pela formação de seminaristas.