3 de mai de 2024 às 11:06
O padre Paul Tatu Mothobi, da Congregação dos Sagrados Estigmas de Nosso Senhor Jesus Cristo e ex-assessor de mídia e comunicação da Conferência Episcopal Católica Sul-Africana (SACBC, na sigla em inglês), foi morto na África do Sul no último fim de semana.
Segundo um comunicado do secretário provincial da congregação na África do Sul, padre Jeremia Thami Mkhwanazi, Tatu morreu baleado no último sábado (27).
O padre Tatu, natural da arquidiocese de Maseru, no Lesoto, ministrava na arquidiocese de Pretória, na África do Sul. Segundo relatos, seu corpo foi encontrado com ferimentos de bala em seu carro em uma estrada nacional na África do Sul, que vai da Cidade do Cabo passando por Bloemfontein, Joanesburgo, Pretória e Polokwane até Beit Bridge, cidade na fronteira com o Zimbábue.
Em comunicado publicado na segunda-feira (29), os membros da SACBC descreveram a morte como “não sendo um incidente isolado”, ao destacar o assassinato do padre William Banda, da Sociedade Missionária de São Patrício para Missões Estrangeiras, nascido na Zâmbia, que foi morto a tiros na sacristia da catedral da Santíssima Trindade de Tzaneen, na África do Sul, em março.
“O padre Tatu trabalhou por vários anos como assessor de imprensa e comunicação da SACBC com dedicação; Estamos tristes com sua trágica morte. Estendemos nossas condolências à congregação estigmatina, à qual ele pertencia, e à sua família”, disse a SACBC em comunicado assinado pelo bispo de Umata, na África do Sul, dom Sithembele Sipuka, presidente da conferência episcopal da África Austral.
“Deve-se notar que a morte do padre Paul Tatu não é um incidente isolado, mas sim um exemplo angustiante da deterioração do estado de segurança e moralidade na África do Sul”, acrescentou a SACBC.
A SACBC lamentou que os assassinatos do padre Tatu e do padre Banda “ocorrem em meio a crescentes preocupações com o crescente desrespeito ao valor da vida, em pessoas são mortas de modo desenfreado”.
Nascido em 1979 em Teyateyaneng, uma cidade no distrito de Berea, no Lesoto, Tatu ingressou nos estigmatinos em 1998. Estudou filosofia na St. Francis House of Studies em Pretória, na África do Sul, de 1999 a 2000 e mudou-se para Botsuana para o noviciado.
Antes dos estudos teológicos, o padre assassinado teve um ano sabático da formação sacerdotal para viver e ensinar mineiros no Estado Livre da África do Sul. Mais tarde, ele retomou seus estudos, ingressando no Seminário St. John Vianney, com sede em Pretória, pelos estigmatinos, para estudar teologia. Foi ordenado sacerdote em 2008.
Os estigmatinos o enviaram depois para a Tanzânia como missionário, onde fez estudos de mídia e comunicação na Universidade Santo Agostinho da Tanzânia, com sede em Mwanza, mantida pela Conferência Episcopal da Tanzânia.
Tatu também foi colaborador da ACI África, agência de notícias do grupo EWTN na África, contribuindo recentemente com uma reportagem em 9 de abril sobre uma iniciativa para abordar a dependência de drogas na juventude.
Em declaração publicada na última terça-feira (29), a conferência episcopal destacou a necessidade das autoridades da África do Sul protegerem a vida humana.
“Em nome dos bispos, pedimos a todas as pessoas responsáveis por esses assassinatos para que se abstenham de pensar que podem fazer o que quiserem com a vida das pessoas. A vida pertence a Deus e ninguém tem o direito de tirá-la como bem entender”, diz a nota.
“Senhor presidente e ministro da Polícia, há uma impressão crescente entre os sul-africanos de que os criminosos estão assassinando livremente os cidadãos sem medo das consequências”, disse a conferência episcopal ao denunciar a criminalidade na África do Sul, dirigindo-se ao governo do presidente do país, Cyril Ramaphosa.
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“O fim deliberado da vida de uma pessoa afeta não apenas a pessoa morta, mas toda uma rede de relacionamentos dessa pessoa(…) Matar uma pessoa traz dor e miséria para muitas pessoas”, continuou a declaração da SACBC.
A declaração pede que o governo coloque em prática “medidas imediatas e eficazes para garantir a segurança dos cidadãos cumpridores da lei que trabalham duro para sustentar suas famílias e para nossos padres católicos que passam suas vidas servindo ao povo deste país”.
“Pedimos que façam do bem-estar e da segurança de nosso povo uma prioridade máxima. Como Igreja, estamos à disposição para discussões e estratégias para impedir o assassinato de pessoas inocentes, que agora está se tornando uma pandemia neste país”, disse a conferência episcopal.
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