Política PB

20 de out de 2024 às 14:20

O prefeito do dicastério para a Doutrina da Fé, o cardeal Victor Manuel Fernández, pediu perdão pelo que disse ser um “mal entendido” sobre não comparecer a uma reunião de delegados do Sínodo da Sinodalidade na sexta-feira (18) sobre um grupo de estudos sobre o papel das mulheres na Igreja.

Participantes da reunião disseram à CNA, agência em inglês da EWTN News, que houve frustração significativa entre delegados sinodais sobre a ausência do cardeal da reunião e sobre como a reunião foi feita.

Mais de 90 delegados sinodais participaram do encontro esperando conversar com o cardeal Fernández e com membros do grupo de estudo 5, um dos dez grupos de estudos anunciados em fevereiro para examinar questões teológicas que surgiram na primeira sessão do Sínodo da Sinodalidade no ano passado.

Esse grupo é encarregado de explorar “algumas questões teológicas e canônicas sobre formas ministeriais específicas”, particularmente “a questão da necessária participação das mulheres na vida e na liderança da Igreja”. Isso inclui questões sobe a possibilidade de diaconisas”.

Em vez disso, os participantes da reunião foram recebidos na sexta-feira (18) por dois oficiais do dicastério para a Doutrina da Fé que não eram membros do grupo de estudo, segundo fontes. Os oficiais distribuíram folhas de papel com um endereço de e-mail para o qual enviar feedbacks e não puderam responder à maioria das perguntas feitas por delegados.

Segundo o jornal católico The Pillar, o cardeal Fernández disse a participantes do Sínodo da Sinodalidade na sexta-feira (18) que “pede perdão pelo mal entendido” e que sua ausência “não foi por falta de vontade”, mas por “inabilidade objetiva de participar do dia e horário agendados”.

O cardeal disse ter indicado anteriormente dois oficiais do dicastério que participariam da reunião em seu lugar. Dom Fernández ofereceu encontrar-se amanhã (21) com membros do Sínodo interessados para “ouvir suas reflexões e receber quaisquer documentos escritos deles”.

No início do mês, o cardeal Fernández disse que o grupo de estudo 5 distanciou seu foco da questão de diaconisas como um grupo ordenado.

Em 2 de outubro, o cardeal disse: “Com base na análise até agora… ainda não há espaço para uma decisão positiva” sobre ordenar diaconisas de forma “compreendida como um grau do sacramento das ordens sagradas”.

O cardeal Fernández disse que o grupo estava, em vez disso, examinando as formas históricas pelas quais as mulheres exerceram autoridade na Igreja, além do ministério ordenado.

A questão das diaconisas tem sido estudada e debatida nos últimos anos.

Em julho deste ano, o secretário-geral do Sínodo dos Bispos, o cardeal Mario Grech, disse que o dicastério para a Doutrina da Fé está estudando “o diaconato das mulheres” no contexto do seu estudo aprofundado dos ministérios.

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No entanto, o papa Francisco disse várias vezes que as ordens sagradas permanecem reservadas aos homens.

O papa  disse em outubro do ano passado: “A questão de saber se algumas mulheres na Igreja primitiva eram ‘diaconisas’ ou outro tipo de colaboradoras dos bispos “não é irrelevante, porque as ordens sagradas são reservadas aos homens”, disse o papa”.

O papa Francisco fez duas audiências privadas neste fim de semana com mulheres participantes e membros leigos do Sínodo. Nenhum detalhe foi divulgado sobre o conteúdo dessas reuniões.

Francisco recebeu também o cardeal Mario Grech e o arcebispo de Luxemburgo, cardeal Jean-Claude Hollerich, relator-geral do Sínodo; e o secretário-especial do Sínodo, o padre Riccardo Battocchio.