16 de abr de 2024 às 13:06
O arcebispo de Nova York (EUA), cardeal Timothy Dolan, está “seguro e protegido” depois de se refugiar em Jerusalém enquanto o Irã disparava mais de 300 drones e mísseis sobre Israel na madrugada de sábado (13).
O cardeal Dolan estava visitando Israel na qualidade de presidente da Associação Católica de Bem-Estar do Oriente Próximo (CNEWA) e tinha previsto visitar várias organizações de caridade. Mas a sua visita foi interrompida quando ele e a sua equipe foram forçados a proteger-se dos ataques aéreos iranianos.
“Neste domingo em Belém tudo parece tranquilo e brilhante, e o é para nós, nos sentimos seguros e protegidos”, disse ele em um vídeo filmado em Belém e publicado no X na manhã de domingo (14). “Esse não foi o caso no meio da noite de ontem, quando as sirenes de ataque aéreo soaram e quando tivemos que descer e procurar segurança no Centro Notre Dame“.
This Sunday in Bethlehem, all seems calm and bright, and it is for us – we feel safe and secure. That wasn’t true last night. Right now things look good, and we’re grateful for that. Thanks for all your expression of concern. @thegnewsroom pic.twitter.com/2w1zLN40QC
— Cardinal Dolan (@CardinalDolan) April 14, 2024
“Mas neste momento as coisas parecem boas e estamos gratos por isso”, disse ele. “Obrigado por todas as suas expressões de preocupação.”
O cardeal Dolan e a sua equipe refugiaram-se no Centro Notre Dame de Jerusalém, uma organização que oferece hospitalidade aos peregrinos que visitam a Terra Santa.
Com o apoio dos EUA e de outros aliados, Israel interceptou 99% dos mais de 300 ataques aéreos lançados pelo Irã e pelos seus parceiros que operam a partir do Iêmen, Síria e Iraque. Segundo uma reportagem da Associated Press, alguns mísseis cruzaram o espaço aéreo israelense, ferindo um menino beduíno e causando pequenos danos a uma base aérea israelense.
O ataque iraniano foi anunciado em retaliação a um ataque aéreo na Síria em 1º de abril, supostamente lançado por Israel, que matou dois líderes militares iranianos num consulado iraniano. O general iraniano Mohammad Reza Zahedi, morto no ataque, esteve envolvido na orquestração dos ataques terroristas de 7 de outubro de 2023, segundo um comunicado do Conselho da Coligação Iraniana das Forças Revolucionárias Islâmicas.
O presidente Joe Biden condenou os ataques iranianos a Israel numa declaração do sábado (13) na Casa Branca. Os EUA e Israel vinham se preparando para um ataque do Irã durante a semana passada.
“Graças a essas implantações e à habilidade extraordinária de nossos militares, ajudamos Israel a abater quase todos os drones e mísseis que se aproximavam”, disse Biden no comunicado.
Israel continua em “alerta máximo” e aprovou planos para “ações ofensivas e defensivas”, segundo um comunicado do porta-voz das Forças de Defesa de Israel (IDF), contra-almirante Daniel Hagari.
Desde então, Biden disse ao presidente de Israel, Benjamin Netanyahu, que os EUA não participariam nem apoiariam um contra-ataque contra o Irã.
Na sua publicação, o cardeal Dolan disse que acabara de celebrar a missa em Belém e que mais tarde visitaria o lugar da Natividade.
No domingo (14) visitou “um magnífico centro” administrado por freiras que acolhem bebês abandonados.
“E me disseram que cada vez que recebemos um novo bebê na porta de nossa casa… sentimos que é Natal de novo, pois nasce outro filho de Deus”, disse o cardeal no vídeo.
Para a sua viagem de 12 a 18 de abril, o cardeal Dolan tinha planejado encontrar-se com líderes religiosos locais e visitar organizações humanitárias e de serviço social, segundo um comunicado de imprensa da arquidiocese de Nova York, emitido em 3 de abril.
O cardeal Dolan iniciou a visita com um jantar de Shabat com o rabino Noam Marans do Comitê Judaico Americano; o patriarca latino de Jerusalém, cardeal Pierbattista Pizzaballa; e mons. Peter Vaccari, que dirige a CNEWA.
Depois do ataque iraniano, o arcebispo de Nova Iorque reuniu-se no domingo com Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Nacional Palestina.
Esta viagem marca os 75 anos da fundação da Missão Pontifícia na Palestina pelo papa Pio XII em 1949.
A viagem foi planejada antes dos ataques terroristas de 7 de outubro, mas Dolan planejou reunir-se com as famílias dos reféns que ainda estão sequestrados pelo Hamas, bem como com grupos de direitos humanos israelenses e palestinos, segundo o comunicado.
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