Ativistas pró-vida contam por que se uniram à Marcha pela Vida nos EUA

Ativistas pró-vida contam por que se uniram à Marcha pela Vida nos EUA

Dezenas de milhares de ativistas pró-vida de várias idades e origens caminhavam com cartazes feitos à mão no National Mall até o prédio da Suprema Corte dos EUA na última sexta-feira (24), lotando as ruas de Washington, D.C., para a 52ª Marcha anual pela Vida.

Depois de vários anos de decepção nas urnas desde a anulação, em junho de 2022, da decisão judicial Roe x Wade, que liberou o aborto nos EUA em 1973, muitos participantes e palestrantes se disseram otimistas com a rejeição de medidas pró-aborto em três Estados dos EUA na eleição de novembro passado, e as possibilidades de ações pró-vida nos próximos quatro anos do governo do presidente Donald Trump.

Testemunhos poderosos pela vida

Os palestrantes que subiram ao palco antes da marcha, incluindo ativistas, políticos e indivíduos que contaram histórias pessoais, enfatizaram o valor inerente da vida humana desde a concepção, frequentemente citando sua fé como base para sua postura pró-vida.

Todos defenderam a proteção dos bebês, o apoio às mulheres e famílias que passam por gestações não planejadas e destacaram a importância de dar recursos e apoio.

Os mais notáveis ​​entre os políticos que falaram à multidão foram Trump, que apareceu em mensagem de vídeo pré-gravada, e o vice-presidente do país, J.D. Vance.

Trump prometeu acabar com o “aparelhamento” da aplicação da lei contra americanos pró-vida e destacou seu recente perdão a 23 ativistas pró-vida presos. Vance, em seu discurso, pediu uma cultura que celebra a vida em todas as fases e disse que o sucesso de uma nação é medido pelo bem-estar das famílias.

“Vou dizer de forma bem simples: quero mais bebês nos Estados Unidos da América”, disse Vance em meio a aplausos.

“Quero mais crianças felizes em nosso país. E quero belos jovens homens e mulheres que estejam ansiosos para recebê-los no mundo e ansiosos para criá-los. E é tarefa do nosso governo tornar mais fácil para jovens mães e pais terem condições de ter filhos, trazê-los ao mundo e recebê-los como as bênçãos que sabemos que eles são aqui na Marcha pela Vida”.

Outros políticos, como o governador da Flórida, Ron DeSantis, falaram sobre a importância da coragem na defesa dos nascituros, ao anunciar a vitória de seu Estado contra uma iniciativa eleitoral pró-aborto.

Outros palestrantes enfatizaram a importância da ação individual e a necessidade de mudar corações e mentes sobre a questão do aborto. Lila Rose enfatizou a importância de conversas pessoais para persuadir outros a entender o valor da vida e pediu o desfinanciamento da Planned Parenthood , a maior multinacional abortista do mundo, em favor de centros de recursos de gravidez pró-vida que ajudam mulheres e famílias. A surfista profissional e mãe cristã pró-vida Bethany Hamilton destacou a necessidade de apoiar as mulheres e ajudá-las a ver o verdadeiro valor da vida.

Marchando pelos não nascidos

Assim que a marcha começou, estudantes do Wheaton College carregaram a faixa da Marcha pela Vida e lideraram a multidão de milhares de pró-vida pela rota da marcha na Constitution Avenue em direção ao prédio da Suprema Corte dos EUA.

Membros da Sociedade Americana para a Defesa da Tradição, Família e Propriedade (TFP) — grupo católico sem fins lucrativos — tocaram hinos católicos, como “Ave Maria” e “Salve Rainha”, junto com canções patrióticas.

Membros do grupo pró-vida Students for Life of America (SFLA, na sigla em inglês) exibiram uma grande faixa perto da frente da multidão dizendo que “Pílulas Químicas de Aborto Matam” crianças nascituras e outra que insta os legisladores a “Desfinanciar a Planned Parenthood”.

“O aborto químico começou a se tornar o meio número um [de obter um] … aborto”, disse Alicia Foreman, coordenadora regional da SFLA para os Estados da Carolina do Norte e da Carolina do Sul, à CNA, agência em inglês da EWTN News.

Foreman alertou que pílulas químicas de aborto machucam mulheres e são perigosas para o meio ambiente. Ela disse que elas são “muito fáceis de obter”, “fáceis para traficantes sexuais usarem” e de “estupradores” obterem para matar os filhos nascituros de suas vítimas.

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A SFLA pediu aos governos estaduais e ao governo federal dos EUA que proibissem pílulas químicas de aborto e que Trump interrompesse a entrega das pílulas pelo correio aplicando o Comstock Act. No entanto, Trump se comprometeu a manter as pílulas de aborto disponíveis.

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“Temos mais trabalho a fazer. Temos que continuar pressionando”, disse Foreman.

O arcebispo de Kansas City, no Estado do Kansas, dom Joseph Naumann , que fez uma oração no início da marcha, disse à CNA que acredita que este ano “há uma esperança renovada”.

“Esta é provavelmente a minha 35ª, 36ª marcha”, disse o arcebispo, ao acrescentar que continua a comparecer todos os anos “porque é a questão de direitos humanos mais importante do nosso tempo”.

“Uma sociedade que permite a matança de suas crianças, essa sociedade não tem futuro. Temos que mudar nossas políticas sobre isso, e temos que vencer esses referendos estaduais”, disse dom Naumann.

O arcebispo disse que, embora Roe x Wade tenha sido anulada, o movimento pró-vida ainda tem trabalho a fazer.

“Acho que há uma esperança renovada com a mudança de governo, com a libertação dos prisioneiros pró-vida que estavam na prisão”, disse dom Naumann enquanto uma multidão de estudantes passava.

“Temos muito trabalho pela frente, já vimos isso. Sou do Kansas, e fomos o primeiro Estado a ter uma iniciativa de votação depois da decisão de Dobbs. Infelizmente, perdemos, mas em algum momento vamos voltar e vamos ganhar isso”, disse o arcebispo.

Um estudante da Universidade Católica da América que marchava com seus colegas disse à CNA que marchava por bebês que enfrentam uma probabilidade estatística sombria de serem abortados.

“Eu marcho por muitas razões. Mas a maior delas é que sou autista, e o aborto ataca mais as pessoas autistas”, disse Jackson Russell, calouro da Universidade Católica da América à CNA.

Russell, que estuda ciência política, compareceu à marcha com um grande grupo de estudantes da universidade.

Ao citar uma pesquisa que descobriu que mães que descobrem que seus filhos ainda não nascidos têm autismo têm “maior probabilidade de fazer um aborto”, Russell disse à CNA: “Meu povo está sendo atacado, é por isso que estou aqui”.

Estudantes do Benedictine College que viajaram de Atchison, Kansas, para Washington, D.C., para a Marcha pela Vida estavam exultantes, gritando slogans pró-vida e levando uma grande faixa vermelha e preta pelas ruas.

“Estou marchando porque acredito que os bebês têm tanto direito à vida quanto qualquer outra pessoa, e isso inclui crianças ainda não nascidas”, disse Elizabeth Peterson, uma aluna do terceiro ano do Benedictine, disse à CNA.

“A menos que haja justiça igual para todos, não haverá justiça igual para ninguém”, disse ela.

Peterson, que participou da Marcha pela Vida cinco vezes, disse estar “muito orgulhosa” de ter viajado para a marcha deste ano com a Benedictine, que ela descreveu como “uma escola muito pró-vida, [e] muito católica”.

“Todo mundo se sente realmente feliz este ano. Não sei o que é, mas todo mundo se sente realmente animado”, disse ela.

“Foi legal ver o vice-presidente falar. Acho que só a mentalidade mudou um pouco”, disse Peterson.

Membros do grupo secular pró-vida Progressive Anti-Abortion Uprising (PAAU) seguravam cartazes em frente à Suprema Corte dos EUA — o ponto final da Marcha pela Vida — pedindo ao Congresso do país que revogasse a Lei de Liberdade de Acesso às Entradas de Clínicas (FACE).

A Lei FACE, sancionada pelo presidente Bill Clinton em 1994, aumentou as penas para pessoas condenadas por obstruir o acesso a clínicas de aborto ou centros de gravidez pró-vida — mas tem sido usada quase exclusivamente para condenar manifestantes pacíficos pró-vida nos últimos quatro anos.

Na última quinta-feira (24), Trump anistiou 23 ativistas pró-vida que foram condenados pelo Departamento de Justiça dos EUA (DOJ, na sigla em inglês), no governo de Joe Biden, incluindo Lauren Handy, diretora de ativismo da PAAU, católica que havia sido condenada a quase cinco anos de prisão por seu papel em um protesto.

“Estou muito agradecida que meus amigos estejam fora [da prisão] e que Trump os tenha perdoado. Nossos amigos foram presos por causa da Lei FACE”, disse Avie Sark, criadora de conteúdo da PAAU, à CNA.

Sark disse que a Lei FACE é “usada para criminalizar e processar manifestantes pacíficos pró-vida”, mas que “depois da morte de Roe, centenas de centros de gravidez [foram atacados e] … pouco ou nada foi feito a respeito”.

Elise Ketch, membro da PAAU, Elise Ketch, disse à CNA que a Lei FACE busca evitar protestos nos quais ativistas pró-vida estão “colocando nossos corpos entre o opressor — que é o abortista — e o oprimido — que é o bebê”.

“Quero trazer de volta o resgate, que são os protestos em que [fazemos] um protesto em clínicas”, disse Ketch.

FONTE: ACI Digital

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Ivaldo Lima

Graduado em Sistema para Internet e Comunicação Social, Radialista com especialização em Marketing Digital!
Graduando em Teologia Católica.
Pós-Graduação em Doutrina Social da Igreja e Ordem Social!