12 de mar de 2025 às 18:09
O arcebispo de Fortaleza (CE), dom Gregório Paixão, OSB, foi às ruas de Oitão Preto, um lugar marcado pelo tráfico de drogas e pelo crime, para rezar e conversar com usuários de drogas e pessoas em situação de rua. A missão aconteceu no sábado (8) como parte das comemorações do jubileu de 50 anos da Paróquia Jesus, Maria e José da Vila União, junto com a comunidade Obra Rainha dos Anjos.
“Já fazemos o Rainha nas ruas há muitos anos e sempre é muito impactante, mas estar com o nosso bispo lá, ver o coração e o testemunho dele foi maravilhoso”, disse à ACI Digital o fundador da comunidade Obra Rainha dos Anjos, Ricardo Monte. “Ele desceu nos barracos, nas ruas, viu a realidade de perto. Esteve disposto a ir a todos os lugares”.
“Um pastor atento, generoso, quem o parava ele atendia”, disse Monte. “Lá é uma realidade muito dura, são mulheres, homens, crianças, idosos, desfigurados por causa do crack, da droga, do crime”.

Ricardo contou que a comunidade Obra Rainha dos Anjos foi fundada há 17 anos em Fortaleza com a missão de “atender os pobres, abandonados, desfigurados, invisíveis”, disse. Toda semana eles vão às ruas de Oitão Preto para orar, aconselhar, ouvir e resgatar pessoas que estão entregues às drogas.
Nesses 17 anos, “mais de 2 mil pessoas já foram resgatadas”, contou Monte, “mas muitos não conseguiram sair. É uma realidade muito forte”.
“Mostrei a dom Gregório pessoas que há muitos anos a gente tenta tirar dali e não consegue, porque estão presas naquele local, a gente sabe que não é só a parte orgânica, psíquica e física da dependência química. A parte espiritual é muito forte naquele lugar”, disse.
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Dom Gregório “viveu isso tudo com a gente e chamou a atenção a disponibilidade, o desejo dele de ficar mais tempo lá dentro. Em cada barraco, não tinha pressa de sair da presença desse Deus que se revelava no rosto desfigurado de cada um. Mais do que isso, quantas vezes se abaixou e olhou nos olhos, escutando e falando. Foi lindo ver a generosidade dele”, contou Monte.
A sede da comunidade fica em Fortaleza (CE), onde também têm o espaço Manjedoura para um trabalho de evangelização com crianças. A comunidade também tem duas casas de recuperação na diocese de Iguatu (CE).
Segundo Monte, no encontro com cada pessoa os missionários da Obra Rainha dos Anjos buscam fazer com que os atendidos se “sintam profundamente amados, que sintam que não estão sozinhos, que a Igreja não os abandonou. Há muitos filhos da Igreja, batizados, acorrentados ali naquela escravidão”.
Ele descreveu o local como “prisões invisíveis, cemitério de mortos vivos, quantas barbaridades acontecem ali por causa do crime”, disse.
“Dom Gregório estar ali conosco foi um grande sinal, principalmente no ano do Jubileu da Esperança, tempo de graça no início da quaresma”, concluiu.

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