15 de mai de 2024 às 16:15
O arcebispo de Hobart, Austrália, Julian Porteous, foi criticado por sua carta pastoral sobre dignidade humana e os ataques via legislação às liberdades religiosas e dos pais.
O arcebispo australiano divulgou o documento de quatro páginas intitulado “Somos Sal da Terra” em 2 de maio. A carta pastoral foi enviada às paróquias e escolas católicas da arquidiocese de Hobart.
Na carta, Porteous reforçou a doutrina da Igreja sobre a complementaridade dos sexos, a santidade do casamento e a proteção da vida desde a concepção até a morte natural.
“Acreditando em Deus como criador, vemos nossa identidade masculina e feminina como uma dádiva”, escreveu Porteous. “Assim, vemos os esforços para separar o gênero do sexo biológico como uma negação da realidade de quem somos, e da preciosa identidade que temos como homem ou mulher”.
“Deus criou o homem e a mulher como sexualmente complementares. Isto significa que, sexualmente falando, fomos literalmente feitos para o sexo oposto. Ele pretendia que o homem e a mulher se sentissem atraídos um pelo outro, desejassem uma união duradoura no casamento e, assim, proporcionassem um ambiente estável e amoroso para a geração e criação de filhos.”
O arcebispo falou do impacto do aborto e da eutanásia e propôs mudanças nas leis estaduais e federais de antidiscriminação.
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O grupo de defesa LGBT Equality Tasmania opôs-se fortemente à carta, dizendo que ela “estigmatizava as pessoas LGBTIQA+”, segundo a revista Australian Catholic Weekly.
O presidente do grupo, Rowan Richardson, pediu que um “direito de resposta” fosse distribuído nas escolas católicas que receberam a carta do arcebispo.
Segundo uma reportagem da emissora pública ABC, a deputada independente Kristie Johnston, cujo filho estuda em uma escola católica, condenou a carta como odiosa e alienante para os jovens que questionam a sua identidade sexual.
Porteous já enfrentou controvérsias semelhantes antes. Em 2015, distribuiu o livreto “Não mexa com o casamento” durante o debate sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo, o que gerou ações judiciais.
“O arcebispo Porteous escreveu uma carta pastoral que foi enviada às paróquias e escolas católicas. A carta expressa a sua preocupação com as ameaças à liberdade religiosa decorrentes da legislação proposta pelo governo [do primeiro-ministro trabalhista Anthony] albanese. Em particular, a carta expressa a preocupação do arcebispo com a liberdade das instituições católicas de ensinar e defender a fé católica”, disse a arquidiocese de Hobart em um comunicado à imprensa.
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