18 de fev de 2025 às 10:51
O secretário de Estado da Santa Sé, cardeal Pietro Parolin, disse que a Europa deve “redescobrir-se”, em entrevista ao jornal italiano Eco di Bergamo publicada no último sábado (15).
Parolin comentou que, na Constituição Europeia, evitou-se uma referência explícita às raízes cristãs da Europa, e foi adotada uma menção genérica ao “patrimônio cultural, humanista e religioso” do continente.
Isso, segundo o cardeal, enfraqueceu a consciência do continente e o senso de identidade europeia.
“Em vez de construir a Europa sobre bases e raízes profundas, preferiu-se um consenso mutável de valores”, enfatizou Parolin. “Mas o futuro só pode ser construído sobre o passado”.
Embora o cardeal tenha dito que há motivos para preocupação, especialmente diante do “ateísmo prático, do populismo e do analfabetismo religioso”, ele elogiou “fenômenos encorajadores”, como o aumento de pedidos de batismo por jovens franceses.
O secretário de Estado da Santa Sé disse que o Velho Continente sofre de uma “crise de ideias” que o impede de encarar o futuro.
“A Europa tem atualmente bons anticorpos para resistir a crises e desafios. Mas o problema mais sério é a falta de ideias voltadas para o futuro que nos permitam responder de forma decisiva aos concorrentes internacionais”, disse o cardeal.
O cardeal Parolin disse que essa fraqueza se deve à relação da Europa com sua própria história, resultado de “um medo profundo, e parcialmente justificado, de seu passado”. No entanto, o cardeal enfatizou que, além dos episódios sombrios de sua história, “há muitos momentos brilhantes”.
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Conflito em Gaza
O secretário de Estado da Santa Sé também falou ao jornal italiano sobre o cessar-fogo em Gaza, esperando que seja “permanente e ponha fim ao sofrimento do povo palestino”, tanto na Faixa de Gaza quanto “no resto da Palestina”.
“Agora temos que dar sinais de esperança a ambos: aos israelenses e aos palestinos”, disse o cardeal Parolin.
Sobre a situação na Síria, ele disse ser “preciso entender para onde vamos” e acompanhar “no caminho da inclusão e da convivência harmoniosa”.
Sobre a guerra na Ucrânia, que completará três anos em 24 de fevereiro, o cardeal disse que “nunca se deve buscar soluções por meio de imposições unilaterais”, pois isso significaria “pisar nos direitos de povos inteiros” e, dessa forma, “nunca haverá uma paz justa e duradoura”.
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