A disponibilidade de um padre colaborou para a conversão de um casal de Campos

A disponibilidade de um padre colaborou para a conversão de um casal de Campos

Os noivos Maysa Teixeira, 22 anos, e Matheus Rinaldi, 22 anos, há alguns meses se converteram ao catolicismo. Um fato foi marcante na trajetória do casal: a disponibilidade e prontidão do padre Arthur José Brulher Teles Aguiar, vigário da paróquia do Imaculado Coração de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, a igreja principal da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney, para atender um pedido para que fosse ministrar a unção dos enfermos para a avó de Matheus, que estava internada.

“Essa prontidão, essa disponibilidade do padre, eu pensei: ‘não tem como não ser algo divino. Que seriedade é essa, sendo que nunca me viu, não conhece minha avó?’”, contou Matheus a ACI Digital.

Maysa, confeiteira de profissão, e Matheus, analista de dados, eram batistas. Em meados de julho de 2023, Maysa começou seu processo de conversão. “Cheguei a um momento da minha vida em que estava sentindo que faltava algo, tinha um espaço vazio que eu não tinha conseguido preencher”, diz ela. “Nesse processo dessa busca de preencher esse vazio, acabei me deparando com o catolicismo”.

Seu primeiro contato com o catolicismo foi através de buscas no Instagram. A partir de então, começou a estudar cada vez mais.

Quando decidiu procurar a Igreja Católica, comentou com sua professora de pilates, sem saber que ela frequentava a igreja do Imaculado Coração de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney.

A Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney foi criada em 2002 pelo papa são João Paulo II, como uma circunscrição eclesiástica de caráter pessoal no território da diocese de Campos (RJ) e tem como característica particular a manutenção da liturgia antiga, a disciplina e os costumes tradicionais.

Maysa, então, foi à igreja do Imaculado Coração de Maria. “Eu vi o interior da igreja e achei aquilo lindo. Eu já sabia a diferença entre a missa nova e a missa tridentina. Então, eu sabia onde queria ir, que missa queria assistir. Eu vi alguns vídeos e achei aquilo tudo muito lindo, fiquei apaixonada. E tudo o que eu via nos vídeos, só uma ilusão, eu vi na minha frente, real, personificado, que foi aqui na Administração Apostólica, na santa missa, a missa tridentina, o rito tradicional”, contou. A experiência a decidiu a entrar para a Igreja Católica.

Missa no rito romano antigo, na igreja principal da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney. Davi Corrêa / ACI Digital
Missa no rito romano antigo, na igreja principal da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney. Davi Corrêa / ACI Digital

Embora Maysa tivesse “essa convicção” de se “converter ao catolicismo”, Matheus, que na época era seu namorado, não tinha. “Eu tinha uma visão de que havia alguns problemas na nossa antiga igreja”, disse Matheus. “Mas, achava que o problema não era o protestantismo, mas a denominação”, acrescentou. Por isso, não pensava em se tornar católico.

Matheus disse que chegou a ser “contra” a conversão de Maysa. “Passamos por momentos difíceis no nosso relacionamento, de não conseguir se entender, se comunicar bem”, contou.

Na época, a avó de Matheus, que era católica, estava internada. Maysa, que já conhecia os sacramentos, tentou convencer Matheus a chamar um padre para dar a unção dos enfermos à sua avó.

“O estado dela de saúde estava muito ruim e isso estava mexendo muito comigo”, conta Matheus. “E essa responsabilidade caiu sobre mim, porque ela [Maysa] me passou isso”. Mesmo não crendo, Matheus conta que pensou: “minha avó realmente era católica e ninguém da família vai fazer isso por ela, porque ninguém seguiu. Então, mesmo que eu não tenha essa crença, vou lá e vou fazer isso por ela”.

Maysa disse que, em uma ocasião, quando Matheus a acompanhou à missa, viram o padre Arthur José Brulher Teles Aguiar recebendo os fiéis. Ficaram na dúvida se deveriam ou não falar com ele. Por fim, se decidiram. “Nós não sabíamos nem como falar com um padre. Nunca tínhamos chegado perto de um sacerdote”, diz Maysa. “Pedimos: ‘Olha, a avó do Matheus está no hospital e gostaríamos muito que ela recebesse a unção dos enfermos. Não conhecemos muito bem, estamos chegando agora’. O padre, prontamente disse: ‘me dá o nome e o hospital em que ela está’. Na mesma noite, em questão de minutos, ele apareceu lá. Nós fomos visitá-la e logo depois ele chegou”, lembrou a confeiteira.

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“A gente nunca tinha experimentado aquela disponibilidade, aquela disposição de ajudar o próximo, de se preocupar com uma coisa que nem era dele. Ele nem conhecia a gente e se disponibilizou a ir lá na mesma noite, na mesma hora, dar a unção dos enfermos para a dona Ivone”, acrescentou.

Matheus ficou impressionado com a disponibilidade e prontidão do sacerdote. “Esse acontecimento fez minha mente mudar no sentido de dar uma oportunidade”, disse Matheus. Ele decidiu “estudar e tentar entender como funciona realmente, de forma racional, não sentimental”, disse.

O analista de dados contou que, depois daquele episódio, o casal conversou com o padre para tirar dúvidas, fazer perguntas. “Saímos só para trocar uma ideia mesmo, para adquirir conhecimento dele e ele foi super aberto a isso. Basicamente, depois disso, em dezembro, em disse: ‘sou católico mesmo, eu acredito em tudo o que está aqui’”, disse Matheus.

Maysa revelou que contou com a intercessão de são José para a conversão do então namorado. Depois de se converter, começou a seguir no Instagram o padre Leonardo Wagner, sacerdote da arquidiocese de Fortaleza (CE) que está desde 2017 na Administração Apostólica e desenvolve um apostolado nas redes sociais. “Ele postou uma trintena de são José, eu comecei a rezar por dois meses essa trintena pedindo na intenção de que meu namorado se convertesse ao catolicismo e essa graça veio em dezembro”, disse.

Maysa e Matheus já eram batizados na igreja batista, então, disse Maysa, “o padre considerou válido por conta das palavras professadas” (‘N., eu te batizo em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo’) e “por ter molhado a cabeça” com a água.

O cânon 869 do Código de Direito Canônico diz: “Aqueles que foram batizados em comunidade eclesial não católica não devem ser batizados sob condição, a não ser que, examinada a matéria e a forma das palavras usadas no batismo conferido, e atendendo-se à intenção do batizado adulto e do ministro que batizou, haja séria razão para duvidar da validade do batismo”.

Maysa e Matheus vão receber a primeira comunhão e o crisma no dia 27 de outubro.

Conversões atraídas pela beleza do rito

O bispo de Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney, dom Fernando Rifan, disse à ACI Digital que tem havido “muitas conversões, muita gente vindo do protestantismo, porque eles veem a beleza do rito”.

Além da “beleza do rito”, Maysa contou que “o que mais” a atrai “é a devoção a Jesus Cristo”.

“Eu me apaixonei por tudo isso aqui, de como eles apresentam Jesus Cristo a você, da devoção que eles têm, do carinho que eles têm no cuidado com o altar, tudo é com muito cuidado, muito carinho, muita devoção”, disse.

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“Eu nunca vi isso em nenhum outro lugar. Já fui protestante e eles falam muito sobre Jesus, mas um Jesus pura emoção, sentimento. Aqui você consegue adorar Jesus e em outras formas de adoração, não só canção, não só cantando, mas você entende o que realmente é louvor, adoração. E eu achei isso tudo muito lindo, como eles têm esse tratamento, essa devoção com Deus, que é divindade, e com Jesus Cristo que é Deus”, acrescentou.

FONTE: ACI Digital

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Ivaldo Lima

Graduado em Sistema para Internet e Comunicação Social, Radialista com especialização em Marketing Digital!
Graduando em Teologia Católica.
Pós-Graduação em Doutrina Social da Igreja e Ordem Social!