14 de nov de 2024 às 13:34
A Conferência Episcopal de Moçambique (CEM) convocou um dia nacional de oração pela paz e reconciliação no país para 24 de novembro, Solenidade de Cristo Rei.
“Diante da crescente tensão sociopolítica sentimos a necessidade de mobilizar os fiéis católicos e cidadãos de todas as crenças numa jornada de oração de modo a sensibilizar para a situação do país”, diz o comunicado da CEM, publicado ontem (13), no final de sua 129ª Assembleia Plenária, que aconteceu de 5 a 12 novembro, no Seminário Filosófico de Santo Agostinho da Matola.
“Precisamos da oração, especialmente nesta hora dramática de nossa história, de modo a parar os ventos da violência, do desespero, da desconfiança”, continua o comunicado. “A oração coletiva — com celebrações nas catedrais e em todas as paróquias de Moçambique — são gestos de clamor por paz, justiça e reconciliação”.
Moçambique vive há mais de três semanas uma onda de protestos contra os resultados das eleições que aconteceram em 9 de outubro. As manifestações já deixaram ao menos cinco pessoas mortas, 38 baleadas e 164 presas.
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Os protestos são convocados pelo candidato Venâncio Mondlane, que não aceitou o resultado das eleições anunciado pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) que deu a vitória a Daniel Chapo, apoiado pelo partido no poder, Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO). Chapo venceu com 70,67% dos votos.
O comunicado lamenta a “perca de vidas humanas e a destruição de bens durante os dias de protesto” e exorta a “não perder a fé no caminho da democracia, da justiça e da paz, procurando soluções justas e efetivas para combater os males de que enferma a nação”.
O arcebispo de Maputo, dom João Carlos Hatoa Nunes, fez diversos apelos à paz, tolerância e respeito à vida.
Depois da oração do Ângelus de domingo (11), o papa Francisco pediu a busca de soluções justas e fez um apelo para que “rezemos por toda a população moçambicana, para que a situação atual não faça perder a fé no caminho da democracia, da justiça e da paz”.
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